VEREADOR MANIFESTA SUA POSIÇÃO NA AUDIÊNCIA DO PROJETO “FERROGRÃO”
O Vereador Luiz Fernando Sadeck dos santos, o “Peninha” (PMDB), já se manifestou contrário ao projeto Ferrogrão, que prevê a construção de uma estrada de ferro ligando os municípios de Sinop (MT) e Itaituba (PA), via porto de Miritituba. Peninha aponta uma série de argumentos que reforçam sua resistência ao projeto, que tem o objetivo de viabilizar a exportação da safra de grãos do chamado Arco Norte do Matogrosso, através de Miritituba, Santarém, Barcarena, Vila do Conde e Santana (AP). Na prática, o vereador considera que o projeto só vai beneficiar os grandes empreendimentos sojeiros do Matogrosso e o grupo responsável pela instalação, que, pelo contrato, tem direito a explorar a ferrovia pelo prazo de 65 anos. “Ou seja, o que ficará de resposta social? Nada! Como os grandes empreendimentos que testemunhamos aqui na região, só ficam os problemas sociais: violência, prostituição, desemprego e falta de infraestrutura e investimentos nas áreas da assistência social, saúde, segurança e educação. Por isso sempre defendemos que seja feito um estudo mais aprofundado e que a sociedade seja ouvida também, para que sejam apresentadas propostas e o projeto possa deixar contra-partidas sociais importantes”, diz o vereador Peninha.
Esse discurso foi levado pelo vereador para a audiência pública realizada, no último dia 22, na cidade de Cuiabá (MT), A audiência foi promovida pela Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para apresentar a composição do projeto e ouvir a sociedade.
Na ocasião, foi feita uma extensa explanação do projeto, que, segundo o representante da ANTT, Tarcísio Freitas, se propõe a ser o maior do país nos últimos trinta anos. A projeção é que a estrada de ferro viabilize o transporte de mais de 58 milhões de toneladas de grãos-ano, em um curto espaço de tempo, consolidando essa a ferrovia com a maior via de escoamento de grãos do país.
Em notícia veiculada em nível regional, “o vereador Peninha citou que, com a construção dos portos em Miritituba, o município de Itaituba recebeu alguns benefícios, como o ISS das empresas que construíram os portos, e naquele momento geraram alguns empregos. Porém, hoje Itaituba apenas recebe o recolhimento do Alvará de Funcionamento e o IPTU, ambos recolhidos anualmente aos cofres municipais. No mais, Itaituba nada recebe, a não ser os problemas gerados pelos empreendimentos”.
Nos últimos dias, as discussões e debates em torno do projeto de construção da ferrovia FE-070, também conhecida como “Ferrogrão”, têm se acirrado nos bastidores da política e sessões ordinárias das câmaras municipais, particularmente nos municípios que compõem a faixa territorial de influência do projeto, que pretende ligar, por via férrea, os municípios de Sinop (MT) e Itaituba (PA), em uma extensão de 977 quilômetros, para viabilizar a exportação da safra de grãos do Arco Norte, em uma investida vultosa que envolve o governo Federal e a iniciativa privada, com previsão orçamentária de R$ 12,6 bilhões. Para construir a ferrovia, foi montado um grupo empresarial e parte dos investimentos deverá ter como fonte o governo federal através do BNDES. O grupo vem sendo procurado, inclusive, por empresários da Chiha, e já fechou acordo com os gigantes do agronegócio, como Bunge, ADM, Amaggi, Cargill e Dreyfus, além da EDLP. Para tirar a ferrovia do papel, a idéia é que os investimentos venham na base de 30% de capital dos sócios e 70% de financiamento.
A audiência em Cuiabá foi a primeira a discutir o assunto com a participação da sociedade. As próximas audiências serão realizadas em Belém, dia 27 de novembro, as 14:00horas no Hotel Sagres. No dia 3 de dezembro, na FAI, em Itaituba, dia 4 de dezembro, em Novo Progresso e dia 8 de dezembro em Sinop-MT.
Com informações de RG 15/O Impacto!