LEGISLATIVO E ENTIDADES DE CLASSE REAGEM SOBRE O FECHAMENTO DE AGÊNCIAS DA RECEITA FEDERAL

por CMI publicado 22/06/2018 11h15, última modificação 10/07/2018 13h38

Com mais de trinta anos de instalada, a agência da Receita Federal em Itaituba é responsável pela demanda de outros cinco municípios do Pólo de Integração do Tapajós. Atualmente, as agências mais próximas estão nos municípios de Santarém, de 360 a 400 quilômetros de distância das cidades dependentes do atendimento. Os municípios, Trairão, Aveiro, Rurópolis e Jacareacanga, necessitam desta agência. A notícia sobre a decisão do governo federal em fechar a agência da Receita em Itaituba, junto com as de Novo Progresso e Oriximiná, apanhou todos de surpresa e gerou manifestações de repúdio em todos os segmentos ligados à economia de Itaituba e da região do Tapajós.

Em uma reunião realizada na própria agência da RF, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Associação Empresarial (ASEII), o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), o Conselho de Contabilidade (CRC) e outras entidades discutem estratégias para reagir contra a medida, que pode gerar grandes prejuízos para toda a região. A representante dos contadores, Carla Santos, aponta que, com o fechamento da agência, os custos serão elevados, gerando despesas que vão doer no bolso dos clientes. “Nós vamos enfrentar uma situação bastante complicada. Os custos serão elevados sobremaneira, e quem vai acabar ‘pagando’ por essa elevação de custos será o cliente. Com certeza, prestadores de serviços na nossa e em outras áreas “ serão afetados economicamente e terão que transferir esses custos ao clilente”, diz. O presidente da CDL, Patrick Sousa, diz que essa medida é uma verdadeira bomba para a economia local e regional, que passa por dificuldades, mas também tem grandes expectativas por investimentos futuros. “Tememos até que esses investimentos sejam reduzidos. Precisamos nos mobilizar, mobilizar a sociedade, as entidades, a classe política, enfim. Estamos em uma situação suprapartidária, que não pode se ater ao individualismo. Essa é uma briga coletiva”, pontifica Patrick Sousa.

Informações de lideranças sindicais apontam que essa medida poderá ser executada até 07 de Julho próximo, e ela já vem na sequência de outras decisões, uma delas referente ao orçamento da Receita Federal, que, só para 2018, teve uma redução de mais de R$ 150 milhões. Os dados levantados pelo sindicato apontam que a região, com população estimada em 300 mil habitantes, conta com quase 10,2 mil empresas em atividade; seis portos graneleiros movimentando diariamente cerca de sessenta mil toneladas de grãos para exportação, além dos investimentos previstos, que chegam à casa dos R$ 14 bi. Essas informações serão utilizadas para reforçar o argumento contra decisão de fechar a agência. O assunto chegou à Câmara de Vereadores através do vereador Luis Fernando SadeckPeninha” (PMDB). Segundo ele, o Legislativo está planejando mobilizar os parlamentares que representam a região na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara Federal. “Não podemos admitir essa medida. Isso vai enfraquecer nossa economia e gerar custos elevados para todos os segmentos, inclusive para a própria população que precisa dos serviços da Receita Federal e terão que recorrer a Santarém ou Altamira para resolverem suas demandas”, diz o vereador. “Já estamos mobilizando os nossos representantes em níveis de Estado e União para buscarmos forças para reagir contra essa decisão”, finaliza.

                Luiz Fernando Sadeck (Peninha).                Patrick Sousa - CDL                Irma Barasuol - ASEII   

 

Fonte/Maura Torres