AUDIÊNCIA NA CÂMARA LANÇA PROGRAMA DE COMBATE ÀS COBRANÇAS ABUSIVAS DA EMPRESA CELPA
Cobranças abusivas, cortes indevidos de fornecimento, demora no atendimento ao cliente, mau comportamento de colaboradores. Esses são alguns dos fatores apontados pelos clientes da empresa Celpa Equatorial que prejudicam agravam o problema de relacionamento entre a empresa e o cliente. A empresária Cecília Lima relata vários episódios que já vivenciou, e que acabaram por provocar um forte sentimento de revolta. Até o talão de energia sem data de vencimento ela recebeu.
Foi para fazer resistência a esse tipo de conduta que a Câmara Municipal realizou esta Audiência Pública, com a participação dos órgãos de defesa do consumidor, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público, Prefeitura e representantes da sociedade. A iniciativa foi do vereador David Salomão, que apresentou uma campanha denominada “Não à cobrança abusiva – um ato de coragem em defesa dos direitos do consumidor”. A idéia é fazer uma grande mobilização em nível de sociedade, instituições de ensino, associação de moradores, órgãos públicos e todos os segmentos interessados. A promotora Thais Tomaz, também presente à audiência, falou em nome do Ministério Público, convocando os consumidores que se sentirem prejudicados a procederem a denúncia.
Foi uma audiência participativa e com conteúdo definido que lotou o plenário da Câmara. Cada uma das pessoas que fizeram uso da palavra, apresentou alguma situação que, como disse o empresário Armando Miqueiro, só reforçou o que já é de conhecimento público: que a empresa age de forma arbitrária e sequer cumpre com o que a lei determina.
O coordenador municipal do Procon, Higor Aguiar, destacou que a Celpa comanda o ranking das empresas denunciadas na procuradoria; que a empresa já foi autuada e multada diversas vezes, acumulando mais de dez milhões de reais em multa, mas nunca se preocupou se quer recorrer das decisões.
Durante quase três horas, foram ouvidos vários depoimentos, todos desfavoráveis à companhia elétrica. O vereador David Salomão, que presidiu a audiência, fez uma avaliação positiva, e disse que, neste momento, o que vai determinar que a campanha alcance seus objetivos, é a participação efetiva da sociedade. Não é mais possível, segundo o vereador, conviver com esse tipo de conduta. Ele reforça que não é uma luta por conveniência, mas sim em defesa dos direitos do cidadão. E, mesmo que a empresa apresente seus argumentos, os depoimentos ouvidos aqui, que representam um percentual mínimo do que acontece todos os dias, fortalecem uma ação de grandes dimensões. Na opinião de David Salomão, se não acontecer um ajuste, a empresa pode até perder a concessão.
